Propaganda
anti-NATO, expondo a cruel e criminosa
ingerência levada a cabo pelos EUA e os seus aliados contra os povos da antiga
Jugoslávia.
Realizou-se
em Washington no passado dia 4 de Abril uma cimeira com os Ministros dos
Negócios Estrangeiros dos Estados-Membros da NATO para assinalar os 70 anos
desta organização belicista, responsável por brutais guerras de agressão.
Os
70 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) foram comemorados
pelas potências imperialistas que a compõem com
o recorrente esforço de, não só, legitimar o aumento
contributivo por parte dos seus membros, como também, o alargamento deste bloco
político-militar agressivo, a promoção da corrida aos armamentos e a estratégia
de confrontação e de guerra através da qual o Ocidente procura uma saída para o
aprofundamento da crise estrutural do sistema capitalista.
São
70 anos de militarização das relações internacionais, de operações de
destabilização e de guerras de agressão contra Estados Soberanos e os seus
povos, como contra a Jugoslávia, o Afeganistão, o Iraque, a Líbia ou a Síria.
São
70 anos marcados pelas habituais companhas de desinformação, manipulação e
mentira sobre a origem e a história da NATO.
A
4 de Abril de 1949 foi formalmente constituída a NATO,
num contexto marcado pela ascensão da União Soviética na cena mundial. É neste
quadro que os EUA, fortalecidos por uma guerra que se desenrolou longe do seu
território e da qual beneficiaram no plano político e económico, se assumiram
como vanguarda da reação do grande capital mundial, procurando travar e
inverter os avanços da luta libertadora e emancipadora dos povos e dos trabalhadores.
No
seu tratado fundador assentavam valores como a democracia, a paz, a defesa ou
as liberdades individuais, contudo
a vida e a prática vieram desacreditar os objetivos
proclamados pela organização.
A
NATO não nasceu para responder a nenhuma agressão, mas sim como concretização
institucional da política levada a cabo à escala planetária, pelo grande
capital desde a Revolução Russa de 1917, quando 10 exercitos estrangeiros
interviram na Russia com o objetivo de defender o regime velho e atrasado dos
Czares, e assim, conter o movimento emancipador e libertador dos trabalhadores.
Aliás, o Pacto de Varsóvia, tantas vezes apontado como a razão de ser da NATO,
só foi fundado em 1955, seis anos depois da criação da NATO.
E
também não nasceu para defender a democracia, pois integrava à sua nascença
ditaduras, da qual Portugal como membro fundador da NATO é exemplo, mas também
outras potências coloniais, que violavam os mais elementares direitos dos povos
colonizados.
São exemplos da ingerência e agressão da NATO o apoio a organizações terroristas, como a Gládio, que espalhou o terror, o medo e o sofrimento
através de sucessivos atentados em Itália de modo a impedir o acesso dos
comunistas ao poder, mesmo quando o povo assim o desejou em eleições legítimas
e livres.
As extensas campanhas de desinformação
e mentira sobre as supostas armas
de destruição maciça do Iraque, vinculadas pelos meios de
comunicação, pela União Europeia e pelos EUA, e que serviram como pretexto para
levar a cabo uma cruel e criminosa ofensiva sobre aquele país e o seu povo.
A destruição da Líbia e o retorno, após 200 anos, do tráfico de escravos ao Mediterrâneo. E a ingerência no Afeganistão, com o financiamento e o treino de grupos terroristas como os Talibã, os
Al-Qaeda e o Estado Islâmico.
Uso dos meios
de comunicação por parte dos EUA de forma a manipular as massas, a
história e a verdade, apresentando o Osama Bin Laden como um “Freedom Fighter”.
E o criminoso bombardeamento sobre a Jugoslávia, sem o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no
qual a NATO lançou entre 10 a 15 toneladas de urânio empobrecido, com fortes
implicações no ambiente e na saúde da população, nomeadamente o adoecimento
anual de 33 mil pessoas, o que corresponde a uma criança por dia, consequente
do urânio.
Os
29 países-membros da NATO assumem hoje, no seu conjunto, cerca
de metade das despesas militares mundiais, que
desde há anos não param de crescer. Se a tudo isto forem somadas as despesas
militares de aliados da NATO, como a Arábia Saudita, Israel, Colômbia e Japão,
num total de 34 países, atinge-se perto de dois terços dos gastos mundiais,
sendo que os EUA sozinhos são responsáveis por 33%. Os seus elevados custos
militares mostram que representam uma ameaça à paz.
A
crescente corrida ao armamento, comprovado pelo recente anúncio
da intenção de abandono pelos EUA do Tratado de
Eliminação de Forças Nucleares Intermédias, decisão apoiada pela NATO, pelo aumento
das despesas militares por parte dos Estados-Membros da
NATO e a ideia de um exército
europeu evidenciam que a NATO é o grande
responsável pelo agravamento da tensão internacional e uma ameaça à Humanidade.
A
paz é essencial à vida humana, uma condição indispensável para a liberdade,
para o progresso e para o bem-estar dos povos, e neste âmbito, a dissolução da
NATO é uma exigência na defesa da paz.
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