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Diagrama, fonte: http://web.isanet.org/Web/Conferences/HKU2017-s/Archive/e35950e1-db89-4726-b72e-671a86b59ca3.pdf |
Numa estrutura denominada Double-Asymmetric as Filipinas têm balançado
entre um país e outro. Devido em grande parte às diferentes presidências, em
que sobre o comando de Rodrigo Duterte existe uma oposição aos EUA, após um
reforço das relações bilaterais durante a presidência de Noynoy Aquino. Uma
aproximação à China durante o mandato de Joseph Estrada e um rompimento com
esta no período de Gloria Arroyo. Para além disso, o salto entre países é
também uma resposta às ações no plano internacional. Por um lado, renegociaram os
laços com os EUA na procura de afastar a agressão chinesa em direção ao mar da
China Meridional, ao que a potência oriental responde com atos punitivos e
ameaças persuasivas. Por outro lado, quando a influência dos EUA e as
implantações militares entram no território filipino, ainda desencadeia a raiva
do povo, que percebem a resistência da ditadura autoritária de
Fernando Marcos como resultado da contribuição dos EUA e recusam o papel
excessivo destes em assuntos filipinos.
Apesar da política das Filipinas para com as duas grandes potências
flutuar ao longo do tempo, nem nunca as primeiras conseguiram controlar o
arquipélago, nem nunca este se ancorou totalmente a um único poder e pelos
visto nunca ancorará.
Algumas situações recentes induziram mudanças na política externa das
Filipinas, como os conflitos sobre território com a China. A secretária de
defesa filipina, Delfin Lorenzana, anunciou que a construção de uma nova rampa
de descolagem na ilha de Thitu seria finalizada ainda em 2019, abrindo desta
forma mais portas para o mundo. O rampa
facilitará a entrega de equipamentos de construção e materiais para a ilha de
modo a aplicar novas atualizações já planeadas. Para ser compreendida a
importância desta rampa, esta permitiria que os navios mais fundos pudessem
entregar material diretamente na ilha. O território extenso é suposto albergar,
segundo os planos do governo, um porto, salinas, paneis de energia solar,
melhor habitação e instalações de investigação marinha. A China respondeu a
esta nova construção com a colocação de uma grande frota de navios, pouco mais de 12 milhas náuticas a sudoeste de
Thitu. Os números foram aumentando, sendo introduzidos 24 barcos, apenas nos
dias antes da construção começar. Uma clara ameaça persuasiva, assente no
boicote à evolução e crescimento de Thitu. Esta implantação de barcos é
consistente com exemplos anteriores da China já denominada "estratégia da
couve" em que utiliza camadas concêntricas de pesca, imposição da lei e
embarcações navais em torno de áreas contestadas. Foi inclusive afirmado pelo
governo filipino que o embaixador de China impôs o cancelamento das actualizações
planeadas. Actualmente, a queda no número de embarcações chinesas e a redução
da presença de milícia, sugere que a China se contentou com um comportamento de
monitorização e intimidação, deixando revelar que as Filipinas ganharam este
frente-a-frente.
Adicionado a este conflito verificam-se os sentimentos nacionalista e de
identidade impulsionados sobre a presidência de Duterte, relacionados com a promessa de restaurar a sua
política externa de forma independente. Como já apresentei, anteriormente, a política externa das
Filipinas foi sempre simplória e de cobertura, em que é desenvolvida uma ação de soft equilíbrio entre os EUA e a China. Mas a combinação destas situações impulsionou sem
dúvida o governo do arquipélago a repensar a sua estratégia.
Mesmo numa sociedade internacional em que seria importante a manutenção
de alianças com superpotências, o governo filipino decide formular uma
estratégia independente das duas potências. Ambos os países nunca se colocaram
na posição das Filipinas e revelaram preocupação sobre a agenda nacional
destas, aproveitando-se ao longo do tempo da sua pequenez.
Nesse seguimento foi
apresentada uma alteração da resposta consoante o contexto internacional
verificado em que o governo filipino para além das alterações em Thitu, já programou, a instalação de um heliporto na ilha de Nanshan e a construção
de cinco faróis em Spratlys. Tudo
decisões que promovem o desenvolvimento interno, a saída das amarras das duas
potências, assim como, revelam o aumento do seu nível de empenho para se fazer valer na mesa internacional.
Susana Rodrigues
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